Dr. Álvaro Merlo-Médico do Trabalho, Coord. do Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho da UFRGS
Dr. Saulo F. Macalós- Advogado Chefe de Gabinete no Ministério do Trabalho e Emprego no RS de 2007 a Julho de 2012, Responsável no MTE pela proteção do Trabalhador com relação às estatísticas das denuncias de Assédio Moral e Membro da Comissão da Diversidade Sexual da OAB.
Dr. Ricardo Carvalho Fraga, Desembargador do Trabalho, Integrante do Conselho da Escola Judicial do TRT/RS.
Claudio Augustin- Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do RS- SINDSEPE/RS
Mara Feltes- Bacharel em Administração de Empresas, Secretária de Formação da CUT/RS, Secretária de Mulheres da Confederação Nacional de Comércio e Serviços da CUT e Diretora Executiva do DIEESE, Funcionária da FEE.
Everton Maciel, Analista de Gestão Pública da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, Graduado em Serviço Social (UECE), Mestrando em Avaliação de Políticas Públicas (UFC), Especialista em Saúde Mental (UECE) e Especialista em serviço Social, Trabalho e Ética Profissional (UECE).
Nilson Berenchtein Netto, Mestre em Psicologia Social e Doutor em Psicologia da Educação, Professor da UFMS.
Lis Andréa. P. Soboll, Psicóloga (UFPR), Mestre em Administração (UFPR) e Doutora em Medicina Preventiva (USP).
Roberto Heloani, Professor Titular e Pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Conveniado junto á Universidade de ParisX- Naterre, (SORBONNE). Livre- Docente em Teoria das Organizações (UNICAMP). Pós Doutorado em Comunicação (USP), Doutor em Psicologia (PUC/SP), Me em Administração (FGV-SP). Graduado em Psicologia (PUC/SP) e Direito (USP).
Médica e Pesquisadora Margarida Barreto Mestre e Doutora (PUC/SP), Vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Psicossociais (PUC/SP) 
Nilson Berenchtein Netto
Participamos nos dia 17 e 18/09 em Porto Alegre do Seminário Nacional Assédio Moral, Ética, Saúde e Aspectos Legais, no Auditório do Ministério Público, tal Seminário foi realizado com o objetivo de aprofundar conceitualmente o tema e seu entendimento no âmbito do serviço público. O evento proporcionou a apresentação de experiências no enfrentamento do problema e as medidas preventivas adotadas.
A programação foi dividida em quatro abordagens: o Percurso Histórico do Assédio Moral; Assédio Moral nas relações de Trabalho; Aspectos Legais do Assédio Moral e Aspectos Multidisciplinares do Assédio Moral. A programação foi elaborada para permitir que as conclusões do seminário possam subsidiar a regulamentação da matéria no serviço público, a ser concertada entre governo e entidades representativas dos servidores, na elaboração de um projeto de lei específico. Tendo como público alvo: servidoras e servidores públicos, estudantes universitários, pesquisadoras e pesquisadores, psicólogas e psicólogos, assistentes sociais, profissionais da área da saúde, sindicatos, conselhos profissionais, etc.
Realizado pela Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, Secretaria da Educação, Secretaria da Saúde, Secretaria da Segurança Pública, Casa Civil, Secretaria da Fazenda, Estado do Rio Grande do Sul e IPE.
No dia 17/09 foram realizadas 06 (seis) Palestras com diferentes Palestrantes, dividido entre o turno da manhã e da tarde. Entre os Palestrantes estava a Médica e Pesquisadora Margarida Barreto Mestre e Doutora (PUC/SP), Vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Psicossociais (PUC/SP). Segundo Margarida, o assédio é uma conduta amoral e sem ética. "É um processo de esmagamento emocional a partir de ações repetitivas. É um risco não visível no mundo do trabalho. Na medicina do trabalho temos como quantificar e mensurar os riscos, mas no caso do assédio não", afirmou. "Quem assedia o faz de forma pensada ao humilhar e discriminar a vítima", opinou a pesquisadora.
Outro ponto importante em sua exposição foi o conceito correto do que é assédio moral, para se evitar a banalização e falsas premissas, como a da personalidade do indivíduo. Para ela, a nova organização do trabalho cria nova subjetividade que compreende relações sociais, trabalho coletivo, e que o que o indivíduo faz no trabalho tem relação com sua vida.
A palestrante destacou que o cerco contra um trabalhador, ou mesmo uma equipe, pode ser explícito ou direto, sutil ou indireto. Os atos de violência são manifestados desde um riso irônico do superior hierárquico até comentários maliciosos, fofocas e apelidos estigmatizantes, agressões verbais, ameaças, empurrões, constrangimentos e coações públicas. São atos e comportamentos desumanos de um superior hierárquico contra uma ou mais pessoas, visando desqualificá-la e desmoralizá-la profissionalmente, forçando-a a desistir do emprego. Ferem a dignidade e identidade do outro, invadindo frequentemente a intimidade e privacidade, desestabilizando emocionalmente a relação do assediado com o ambiente de trabalho e a organização.
Por fim, Margarida Barreto ressaltou a importância do movimento sindical no combate às práticas de assédio moral. "Os sindicatos têm que estar atentos, pois a questão do sofrimento do trabalhador não é individual e sim da organização do trabalho". Apesar da Palestrante usar uma fala bastante teórica, demonstrou através da exposição de várias fotos, ter um vasto conhecimento e uma sólida vivência prática, sendo que desde 2000 está palestrando em vários sindicatos e entidades.
Segundo Lis Andréa P. Saboll, Psicóloga (UFPR), Mestre em Administração (UFPR) e Doutora em Medicina (USP), a saída para o fim do assédio moral, é, repensar e realizar um diagnóstico e ver quais as razões para transformar, também buscar um ambiente de colaboração, união, deixar o individualismo de lado e pensar no coletivo.
No segundo dia, 18/09 foram realizadas 10 (dez) palestras.
O primeiro Palestrante da manhã Everton Maciel, Analista de Gestão Pública da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, Graduado em Serviço Social (UECE), Mestrando em Avaliação de Políticas Públicas (UFC), Especialista em Saúde Mental (UECE) e Especialista em serviço Social, Trabalho e Ética Profissional (UECE), ressaltou que no Ceará 38% dos servidores/trabalhadores tem problema com assédio moral, por isso foi criada leis específicas no Estado para coibir essa prática, apresentou as Leis que foram criadas e explanou como chegaram até a aprovação da referida Lei.
A segunda Palestrante Mara Feltes, Bacharel em Administração de Empresas, Secretária de Formação da CUT/RS, Secretária de Mulheres da Confederação Nacional de Comércio e Serviços da CUT e Diretora Executiva do DIEESE, Funcionária da FEE. Segundo a palestrante se hoje estamos reunidos falando sobre assédio moral, é porque os Sindicatos ao longo dos anos começaram a levantar essa questão. Assédio Moral se caracteriza por atitudes violenta e sem ética nas relações de trabalho, ocorre tanto na iniciativa privada quanto nas instituições públicas. Segundo especialistas o setor público se caracteriza ambiente propício para o assédio moral, devido as mudanças frequentes na gestão, o discurso desqualificado do serviço público, os jogos político-partidários e as lutas do poder são questões que facilitam a prática de assédio no ambiente de trabalho, a palestrante afirmou que, a violência contra a mulher é mais perversa.
Os demais Palestrantes também foram ótimos em suas explanações, objetivos e pessoas com enorme conhecimento da causa e que acreditam que não é tão simples e imediato a mudança, que o assédio moral ou sexual não vai terminar de um dia para outro, mas que se deve fazer algo para que o trabalhador consiga desempenhar seu trabalho com dignidade e sem adoecimentos.
