Apoio aos professores da educação infantil de Belo Horizonte
O Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil – NEPEI e demais professores da Faculdade de Educação da UFMG vêm a público manifestar seu apoio às(aos) professoras(es) que atuam nas Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEI) de Belo Horizonte, em greve desde o dia 14 de março de
A Prefeitura de Belo Horizonte, ao iniciar o processo de ampliação do atendimento público
Com a criação do cargo de educador infantil, com salários, carreira e benefícios inferiores aos dos professores municipais, a PBH fere o princípio da isonomia, além de indicar, a despeito das propagandas nas quais a Educação Infantil é anunciada como prioridade no município, que essa etapa não recebe, do poder público municipal, o mesmo reconhecimento que ele atribui ao Ensino Fundamental.
O trabalho do professor que atua com crianças nos primeiros anos de vida – o que vale para a docência em outros níveis também – dedicando-se à formação humana, fundamentada em conhecimentos científicos e habilidades construídas ao longo de processos de formação e da prática profissional, reveste-se de grande complexidade. Não se justifica, assim, a adoção de carreira desvalorizada em comparação com aquela que se refere aos professores do Ensino Fundamental.
A valorização dos professores, um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento de processos educativos de qualidade, está seriamente negligenciada pela política educacional municipal. A mudança da denominação Educador Infantil para Professor de Educação Infantil, e não a unificação da carreira de Professor Municipal, constitui-se em flagrante desrespeito aos direitos dos professores e das crianças, uma vez que as consequências da total ausência de valorização e reconhecimento profissional repercutem diretamente na qualidade da educação ofertada a elas. Para mencionar apenas um exemplo de consequências desse tipo de medida, destaca-se a tendência à alta rotatividade de professores. Ainda que esses profissionais se identifiquem com essa etapa da educação, são levados a atuarem em outras funções que lhes confiram um maior reconhecimento social e econômico. Essa situação desfavorece o fortalecimento de uma cultura profissional e a consolidação de projetos pedagógicos consistentes para essa faixa etária.
O direito dos professores ao respeito, à dignidade e ao reconhecimento da importância de seu trabalho, do ponto de vista simbólico e material, são fatores que repercutem positivamente no desenvolvimento de projetos pedagógicos de qualidade. É isto que desejam e a que tem direito a população de Belo Horizonte, especialmente as crianças de
Diante do exposto, solicitamos aos órgãos competentes, Ministério Público, Câmara de Vereadores, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte que tomem as devidas providências para fazer valer esse direito.
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